Olá! Meu nome é João, e sou o coração e alma por trás do blog “Colômbia Sem Filtro”. Se você chegou até aqui, provavelmente compartilha comigo uma paixão que transformou minha vida completamente: a Colômbia. E não, não estou falando de uma admiração superficial ou de um amor passageiro nascido de férias rápidas. Estou falando de uma conexão profunda, visceral, que me fez repensar tudo que eu achava que sabia sobre viagens, cultura e vida.
Como Tudo Começou
Minha primeira viagem à Colômbia aconteceu por acaso. Era 2018, e eu estava em uma fase da vida onde tudo parecia cinzento e previsível. Trabalhava num escritório em São Paulo, seguindo a rotina automática de milhões de brasileiros: acordar, metrô, trabalho, casa, dormir, repetir. A Colômbia surgiu como destino porque era o que eu podia pagar com as milhas que tinha acumulado. Nada mais romântico que isso, não é mesmo?
Lembro-me perfeitamente de pisar em Bogotá pela primeira vez. O ar rarefeito da altitude, o frio que cortava o rosto, o caos organizado das ruas. Eu esperava encontrar uma capital sul-americana igual a tantas outras, mas me deparei com algo completamente diferente. Bogotá me recebeu com uma complexidade que eu não estava preparado para entender, mas que me fascinou desde o primeiro momento.
Durante aquela primeira semana, caminhei pela Candelária tentando decifrar as camadas de história escritas em cada parede colonial. Subi o Monserrate numa manhã nublada e, quando as nuvens se abriram, a cidade se revelou em toda sua imensidão caótica e bela. Foi naquele momento, contemplando Bogotá lá de cima, que algo clicou dentro de mim. Eu sabia que havia encontrado algo especial, algo que ia além do turismo convencional.
A Descoberta da Colômbia Real
Aquela primeira viagem durou apenas dez dias, mas foi suficiente para mudar minha perspectiva completamente. Eu havia planejado um roteiro turístico padrão: Bogotá, Medellín, Cartagena. O típico “Colômbia para iniciantes” que todo mundo faz. Mas a Colômbia que eu encontrei era muito mais complexa e fascinante do que qualquer guia turístico havia me preparado.
Em Medellín, em vez de me limitar aos pontos turísticos, acabei conversando com um senhor no metrô que me contou sobre a transformação da cidade. Ele tinha vivido os anos mais difíceis e agora via sua cidade sendo reconhecida mundialmente como exemplo de renovação urbana. A emoção em sua voz ao falar sobre essa metamorfose me tocou profundamente. Ali entendi que cada lugar tem camadas de história que só se revelam quando você para de ser turista e começa a ser viajante.
Em Cartagena, fugi das muralhas turisticamente corretas e me perdi pelos bairros populares. Foi numa dessas caminhadas que descobri que a cidade amuralhada, por mais bela que fosse, era apenas uma pequena amostra da Cartagena real. A verdadeira alma cartagenera pulsava nos bairros onde vivem os descendentes dos cimarrones, onde a herança africana se manifesta em cada esquina, em cada ritmo, em cada sorriso.
Voltei ao Brasil com a certeza de que precisava conhecer mais. Muito mais.
O Nascimento de Uma Paixão
Entre 2018 e 2020, fiz mais quatro viagens à Colômbia. Cada uma revelava facetas completamente novas do país. Foi numa dessas viagens que chegei a Barichara e me apaixonei pela arquitetura colonial preservada, pelas ruas de pedra que contam histórias de séculos passados. Caminhando por essas ruas numa manhã dourada de domingo, entendi que estava diante de algo único na América Latina.
Em Jericó, presenciei uma procissão religiosa que me emocionou até as lágrimas, mesmo não sendo particularmente religioso. A fé sincera daquelas pessoas, a devoção transmitida de geração em geração, a forma como a religiosidade se mistura com a vida cotidiana de uma cidadezinha antioqueña – tudo isso me fez entender dimensões da cultura colombiana que nunca imaginei existir.
Mas foi no Valle de Cocora que tive minha experiência mais transformadora. Caminhando entre as palmeiras de cera gigantes, algumas com mais de 60 metros de altura, senti uma conexão com a natureza que não experimentava desde criança. Aquelas árvores majestosas, símbolo nacional da Colômbia, me fizeram entender que este país guarda tesouros naturais únicos no mundo.
A Decisão de Compartilhar
Depois de cada viagem, eu voltava ao Brasil transbordando histórias. Amigos e familiares sempre me procuravam querendo dicas, roteiros, recomendações. Eu percebia que as pessoas tinham uma imagem muito limitada da Colômbia, muitas vezes influenciada por estereótipos ultrapassados ou pela mídia sensacionalista.
Foi aí que surgiu a ideia do blog. Eu queria mostrar a Colômbia que eu estava descobrindo: autêntica, complexa, surpreendente. Não a Colômbia dos clichês nem a dos medos infundados, mas a Colômbia real, com suas contradições e belezas, seus desafios e seus triunfos.
O nome “Colômbia Sem Filtro” veio naturalmente. Eu queria contar sobre o país de forma honesta, sem romantizar nem demonizar, mas mostrando a realidade tal como a experienciei. Sem filtros, sem maquiagem, sem propaganda turística forçada.
Minha Metodologia de Viagem e Escrita
Ao longo destes anos explorando a Colômbia, desenvolvi uma forma muito particular de viajar e de contar histórias. Primeiro, eu sempre priorizo o tempo sobre a quantidade de lugares. Prefiro passar uma semana numa cidade pequena como Mompox, conversando com os moradores locais e entendendo como funciona a vida no dia a dia, do que fazer um tour relâmpago por dez destinos.
Minha preparação para cada viagem é minuciosa. Leio sobre a história local, estudo a geografia, pesquiso sobre os costumes regionais. Mas quando chego ao destino, deixo sempre espaço para o inesperado. Algumas das minhas melhores descobertas aconteceram quando me perdi ou quando aceitei o convite de um local para conhecer algo que não estava nos meus planos.
Por exemplo, foi assim que descobri San Vicente del Caguán. Eu estava indo para outro destino quando, numa parada de ônibus, conversei com um homem que me falou sobre sua cidade natal no coração do Caquetá. A forma como ele descrevia a vida rural autêntica, as tradições que resistem ao tempo moderno, despertou minha curiosidade. Mudei meus planos na mesma hora e acabei passando cinco dias numa das experiências mais enriquecedoras que já tive na Colômbia.
Os Desafios e As Recompensas
Viajar pela Colômbia como eu viajo não é sempre fácil. Há lugares onde o conforto é mínimo, onde a internet não funciona, onde você precisa se adaptar a ritmos de vida completamente diferentes. Em Inírida, no coração da Amazônia colombiana, passei três dias sem conexão com o mundo exterior, dependendo completamente da hospitalidade dos moradores locais.
Mas são exatamente essas experiências que me dão a credibilidade para escrever sobre a Colômbia de forma autêntica. Quando escrevo sobre Punta Gallinas, eu sei o que é acordar numa ranchería wayuu às cinco da manhã, ouvindo os ventos constantes do deserto. Quando falo sobre Nuquí, eu experimentei pessoalmente a magia de ver baleias jubarte saltando no Pacífico enquanto a selva tropical sussurra atrás de você.
Cada artigo do meu blog nasce de experiências reais, de conversas longas com pessoas locais, de observação atenta dos detalhes que fazem cada lugar único. Quando escrevo sobre as águas termais de Girardot, é porque passei horas conversando com famílias locais que frequentam esses balneários há gerações, entendendo como esse turismo termal se integra na vida da região.
A Responsabilidade de Influenciar
Com o crescimento do blog, comecei a perceber que minhas palavras tinham poder de influenciar as decisões de viagem de outras pessoas. Isso trouxe uma responsabilidade que levo muito a sério. Não escrevo sobre lugar nenhum sem ter certeza absoluta de que posso recomendá-lo com consciência tranquila.
Quando falo sobre segurança, por exemplo, sempre baseio minhas observações em experiência própria e em conversas com moradores locais. Não repito informações de segunda mão nem me baseio em estereótipos. Se menciono algum cuidado específico que deve ser tomado em determinado local, é porque eu mesmo enfrentei a situação ou porque pessoas confiáveis me alertaram baseadas em conhecimento real.
Da mesma forma, quando recomendo um restaurante em Chía ou uma pousada em Melgar, é porque experimentei pessoalmente e posso garantir a qualidade. Nunca aceito patrocínios que possam comprometer a honestidade das minhas recomendações. O “sem filtro” do nome do blog é um compromisso que mantenho religiosamente.
Conectando Culturas
Uma das coisas que mais me orgulho no meu trabalho é ter ajudado a quebrar preconceitos e aproximar brasileiros da cultura colombiana. Recebo constantemente mensagens de leitores que me agradecem por ter mostrado uma Colômbia que eles não conheciam, por ter inspirado viagens que mudaram suas perspectivas sobre o país e sobre viagens em geral.
Lembro-me de uma leitora que me escreveu depois de visitar Riohacha seguindo minhas dicas. Ela me contou como foi tocante conhecer a cultura wayuu através dos olhos que eu havia proporcionado no blog. Ela passou dois dias numa ranchería, aprendendo sobre as tradições ancestrais desse povo fascinante, e voltou ao Brasil com uma compreensão completamente nova sobre diversidade cultural.
Essas mensagens me lembram constantemente por que faço o que faço. Não é apenas sobre turismo ou sobre produzir conteúdo. É sobre construir pontes entre culturas, sobre mostrar que a América Latina é muito mais rica e complexa do que geralmente imaginamos.
Especializações e Expertise
Ao longo destes anos, desenvolvi expertise em várias áreas específicas do turismo colombiano. Tornei-me uma referência em turismo arqueológico, especialmente na região de San Agustín e Tierradentro, onde passei semanas estudando as culturas pré-colombianas que deixaram monumentos únicos no mundo.
Minha paixão pela arquitetura colonial me levou a estudar profundamente cidades como Barichara, Guaduas e Villa de Leyva. Hoje posso explicar os diferentes períodos construtivos, as influências europeias adaptadas ao contexto tropical, as técnicas de preservação que mantêm essas joias arquitetônicas vivas.
O ecoturismo se tornou outra das minhas especialidades. Desde as pradarias do Chingaza, onde acompanhei pesquisadores estudando ursos de óculos, até as selvas de Nuquí, onde aprendi sobre conservação marinha com biólogos locais. Essa expertise me permite oferecer aos leitores informações técnicas precisas, mas sempre de forma acessível e envolvente.
Olhando Para o Futuro
O blog continua evoluindo, assim como meu relacionamento com a Colômbia. Planejo expandir minha cobertura para regiões ainda pouco exploradas, como os departamentos de Vichada e Guainía. Quero documentar as transformações que o país está vivendo, especialmente nas áreas que se abrem para o turismo depois de décadas de conflito.
Também estou trabalhando em parcerias com universidades colombianas para aprofundar meu conhecimento sobre antropologia e história local. Acredito que quanto mais eu entendo sobre as raízes culturais de cada região, melhor posso transmitir essa riqueza para os leitores.
Meu sonho é que o “Colômbia Sem Filtro” se torne a principal referência em português sobre turismo colombiano, não apenas pelo volume de informações, mas pela qualidade, autenticidade e responsabilidade com que abordo cada destino.
Uma Paixão Que Define Uma Vida
Hoje, posso dizer que a Colômbia não é apenas meu assunto profissional – é parte de quem eu sou. Falo espanhol fluentemente, entendo as complexidades políticas e sociais do país, tenho amigos em dezenas de cidades colombianas. Minha biblioteca está cheia de livros sobre história colombiana, literatura local, estudos antropológicos.
Às vezes as pessoas me perguntam se não fico cansado de sempre viajar para o mesmo país. A resposta é sempre a mesma: é impossível se cansar da Colômbia porque ela é múltipla, diversa, surpreendente. Cada região é quase um país diferente, com seus próprios ritmos, sabores, tradições. Em Pasto, você está numa cultura andina milenar. Em Buenaventura, você mergulha na herança africana do Pacífico. Em Arauca, você experimenta a vida dos llanos, com sua cultura vaqueira única.
O “Colômbia Sem Filtro” é mais que um blog – é minha forma de retribuir tudo que este país me deu: perspectiva, propósito, paixão. É minha contribuição para que outros brasileiros descubram essa terra maravilhosa que está ali ao lado, esperando para ser explorada, compreendida e amada.
Cada artigo que publico carrega um pedaço da minha alma e um convite sincero: venham descobrir a Colômbia comigo. Sem filtros, sem pressa, sem preconceitos. Apenas com o coração aberto para uma das experiências mais enriquecedoras que a América Latina pode oferecer.